sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Traduzindo carinho



Morar num país extrangeiro com uma cultura distinta da minha me apresenta um monte de coisas que eu não entendo e essa falta de entendimento se agrava pelo fato de tudo estar acontecendo em outra língua. Devem existir vários exemplos de situações nas quais eu me expressei mal ou não entendi alguma coisa, mas essas situações sempre se resolvem facilmente. O mais difícil de tratar é a confusão geral que me persegue cada dia, que não surge de uma instância particular, mas é criado do desconhecimento do que os outros esperam de mim. Quer dizer, os mal-entendidos que realmente têm consequéncias sérias não são aqueles onde se trocam as palavras e dos quais se sente vergonha depois, porém são as situações em que existem diferenças culturais que não podem ser traduzidas. Nesse caso, estou falando de mal-entendidos que não vêm apenas da língua. Por exemplo, na minha cultura, quando se abraça e se beija é por causa da amizade íntima. Aqui é apenas uma maneira de se cumprimentar. Eu adoro que os brasileiros se beijam mais do que nos Estados Unidos, mas tenho que lembrar que um abraço brasileiro não significa necesariamente tanto carinho como um abraço americano. Eu já sabia desse fenómeno antes de vir para Salvador, mesmo assim é um aspecto da cultura brasileira que leva tempo para realmente entender.

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