terça-feira, 30 de outubro de 2007

Segurança Pública...não é ameaça de turista

O que é que o Brasil tem para oferecer aos turistas e também aos brasileiros? Em outras palavras, que tem de bom no país mas também, o que tem de mau? Há um tempo atrás, uma pequena pesquisa; o questionário se realizou pela EMBRATUR acerca do lado bom e ruim do país. A pesquisa foi somente para os estrangeiros no país e seus resultados são de alto interesse para os que querem ver a diferença de visão do Brasil dos turistas para os brasileiros. Os estrangeiros tiveram a oportunidade de solicitar quatro coisas que eles gostaram do país e quatro coisas de que não gostaram. As primeiras três respostas na qual tiveram que solicitar coisas positivas do país foram sobre o aspecto físico, ou seja sobre o meio-ambiente. Belezas naturais, clima e ecologia foram os primeiros três bons e os mais variavam com a segurança pública no quarto e ultimo lugar. Na frente da segurança pública se encontram táxis, sujeira das ruas e falta de informações. Quem sabe o porquê destes resultados? Uma coisa que definitivamente sabemos pé que as respostas dos estrangeiros não estariam ao par com as dos Brasileiros, em especial quando relacionado à segurança pública. Os estrangeiros não acham isso tão preocupante, por quê? Acho que é porque não passam o tempo suficiente no país para ver a realidade e que passam a maioria do seu tempo "protegidos" pelos lugares que frequentam, lugares mais ricos com mais segurança. Sobre as respostas das belezas naturais, por que parece que só se fala disto, até entre os brasileiros mesmos? Pode ser porque é a verdade, mas também por um orgulho bastante disseminado. Desde o hino nacional até as músicas populares, o brasileiro parece sempre querer lembrar, ou não esquecer que tem praias "virgens", plantas em abundância e mar até o horizonte. Tanto o estrangeiro quanto o Brasileiro parece tomar este grande elemento brasileiro e coloca ele acima de tudo. Isso faz mal? Pode ser que sim, até um certo ponto esta encobrindo e escondendo o real estado do país. Quando tiver problemas na economia ou governo, vamos relembrar que sempre vamos ter as nossas praias, "embora com esse orgulho de ser brasileiro!" Não sei aonde chegará este exemplo, o mais importante é não usar isto para encobrir coisas boas ou ruins do país. Claro que tem mais que praia aqui! Outra coisa importante, quem está a par da situação da Amazónia sabe que não está sendo cuidada! Se este orgulho fosse tão grande como parece ser, então cadê os movimentos contra as minas de diamantes etc. na Amazónia, "o pulmão" da terra? É hora de trocar nossas palavras por nossas acções. Sujeira nas ruas?, bobagem, falta de informações?, o que?, táxis?, eu não uso...segurança pública?, agora isso sim é algo para preocupar o brasileiro. Os que têm de conviver com a realidade violenta e perigosa do país brasileiro são os brasileiros. O problema é tão grande que as outras respostas, as quais os estrangeiros colocaram na frente da de segurança, não valem nada comparado com a vida cotidiana e a questão do medo quando se sai de casa e mesmo quando se fica em casa. Os assaltos, roubos, assassinatos e transporte pública estão numa condição tão precária que hoje em dia é a preocupação numero um do brasileiro, acima dos outros problemas sérios como salários e emprego. Se não começar um grande movimento e protesto contra a corrupção e perigo do país daqui a uns anos quem sabe aonde vão chegar os problemas? Cerca de 11 milhões de brasileiros já viram o DVD pirata de Tropa de Elite, um filme sobre a realidade dos policiais corruptos do Rio de Janeiro. É agora o filme Brasileiro mais popular e mais assistido de todos os tempos. Isto é só um pequeno exemplo que nos diz quanto valor tem a segurança pública às vidas dos brasileiros. Ao fim, a praia do turista sem informações da cidade é trocada pela preocupação com a segurança de um brasileiro no trajecto entre a casa e o trabalho.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Trabalho Voluntário

Eu trabalho com Alida, no Nordeste da Amaralina, Na Creche Coração da Mamãe. Trabalhar nesse ambiente tem sido uma experiência totalmente nova para mim, por várias razões. Primeiro, é a primeira vez que eu trabalho com crianças dessa idade (9, 10 anos.) Segundo, eu nunca tinha visto um lugar como a Creche Coração da Mamãe. É um lugar ao mesmo tempo incrivelmente inspirador e triste.

Trabalhando lá, vejo uma pobreza impressionante, como nunca tinha visto antes. Falo com professores que já não esperam fazer nenhuma mudança na vida das crianças, e só esperam manter o controle durante a aula. É um fato que a maioria das crianças vem de famílias nas quais pelo menos tem um integrante envolvido com droga, ou que está preso. É também um fato que a maioria das crianças acha isso normal.

Não obstante, ao mesmo tempo, a Creche Coração da Mamãe pode ser um lugar extremamente feliz. O conceito da escola é lindo. É totalmente de graça, mantida por doações e pelo estado, e quem pode pagar, paga. Quem não pode pagar com dinheiro, paga de outra forma, por exemplo, ajudando nas aulas, fazendo almoço, etc.) Dar aulas na Creche, embora seja difícil e pareça que não faz muita diferença, faz SIM alguma coisa. Como professor, eu tenho que lidar com a realidade que o que eu estou fazendo não vai mudar a vida de muitos dos meus alunos. A realidade é que, tendo nascido no Nordeste da Amaralina, muitas dessas crianças já nasceram condenadas. Mas é importante manter em mente que, talvez, meu trabalho possa mudar a vida de pelo menos UMA dessas crianças. Mesmo que eles não aprendam nenhuma palavra em inglês, eu acho que é importante a gente ir passar um tempo com eles, para eles verem que existem outras formas de viver a vida, além de traficar, além de roubar. Talvez a gente possa inspirar uma dessas crianças tanto para que se diga, "Eu quero viajar a outro país algum dia, como eles. Como é que eu posso fazer isso?" Não sei. Às vezes é difícil manter o ánimo para continuar lá, mas é essa esperança que faz com que eu volte.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

A Família de Intercâmbio

Como é, de repente, aceitar uma pessoa completamente desconhecida na sua casa por um tempo incerto, aceitando ela como parte da família? E bem, eu faço esta pergunta porque eu adora a família com que eu estou morando aqui no Brasil, mas quero saber como minha chegada foi para eles porque isso é uma coisa que você não pode perguntar, realmente, eu acho. De fato, esta é a minha segunda família, quer dizer, eu mudei de família depois dos primeiros dois meses. Pára aí - devo começar no início, não é? Tá bom, então, pois vou recuar três meses até o dia 27 de junho, 2007, meu primeiro dia no Brasil.
Cheguei atrasada no hotel em Salvador, um dia e meio mais tarde do que pretendia por causa de tempestades em Atlanta (no estado de Georgia, EUA) que atrasaram milhares de pessoas. Achei, realmente, em um momento que ia voltar a Nova Iorque, só que não queria gostar mais de um mil de dólares só para ir a Atlanta e voltar. Enfim, cheguei, finalmente, e a manhã seguinte conheci a minha "família" pela primeira vez. É uma família muito rica - basta dizer que tem três carros e vai comprar um quarto quando o filho tiver 18 anos logo, logo. Sempre me sentia desconfortável com algumas coisas que eles diziam, com relação à pobreza e ao racismo no Brasil, mas tentei ignorar para integrar-me na família. Infelizmente, essa família não foi a família para mim, e o momento em que me dei conta disso, soube que tevia de mudar para finalmente gostar de estar no Brasil. Não quero entrar nas detalhes, só vou dizer que eu não pude me adaptar às suas vidas - não gosto de assistir à tevê o tempo todo, não falando com ninguém, não agüento que uma empregada doméstica seja tratada como um escravo, não acho que os ricos nem os brancos são melhores do que os outros, enfim, continuemos.
Minha família agora foi um presente de Deuz, com uma funcionário de CIEE como o anjo que nos presentou. Conheci eles uma segunda-feira de noite e a manhã seguinte eu desfiz minhas malas no meu novo quarto.
É engraçado como eu entrei na família, mas eu a adoro, então tento fazer tudo para eles gostaram muito de mim. tenho um irmão de 13 anos que é "o homem" do prédio, futuro como jogador de futebol famoso, adolescente típico que gosta de filmes de terror e ação e só fala o mínimo necessário - assistimos aos "Simpsons" juntos. Meu irmão de 17 anos é o mais calado da família mas é um coração que vai comigo fazer tudo - capoeira, cinema, shows de jazz, a casa de uma amiga para assistir à novela das oito, enfim, é o meu novo amigo. O pai é recém-separado da mãe dos meninos e, como todo mundo é homem, ninguém fala disso, então eu só tento ser uma força positiva nas vidas deles. A avó, que está morando com a gente atualmente, é a única pessoa que fala sobre isso comigo, e está muito feliz que eu esteja ali porque se preocupava - normal - pelos meninos que passavam muito tempo na frente da tevê e do computador. Então, eu só comecei a pensar muito mais em como foi para eles, há duas semanas quando cheguei como se do lugar nenhum, quando brincava com a minha nova "prima" de quatro anos para quem foi muuuito difícil - uma tarde inteira - de aceitar que a avó dela teria uma outra neta. Mas ela tem razão - deve ser difícil, mesmo se for para o melhor, mudar seu ritmo de vida e sua casa para acrescentar uma nova pessoa. Sei que a minha mãe e o meu pai adoraram "adotar" uma "filha" francesa por um ano, então deve ser assim, pessoas que gostam de ser os anfitriões de uma pessoa estrangeira que, eles esperam, seja aberta a novas experiências e a uma nova cultura. Quer dizer, deve ser isso uma boa família de intercâmbio, como a minha, porque claro que tem muitas outras que só se inscreveram pelo dinheiro pago, elo programa que todo mundo já sabe. Será que eles viriam me visitar nos EUA? Gostaria muito!
Quatro meses em Salvador da Bahia - virei brasileira? Claro que não, nem me sinto completamente confortável nesta cultura, mas pouco a pouco eu estou gostando e aceitando. Estava conversando com Baird outro dia acerca das diferenças entre aqui, os EUA, o Chile (onde ele estudou um ano há três anos) e a França (onde eu fui passar um ano ao mesmo tempo). Nós concordamos do par que o fato de não ter famílias com que estávamos afins se transformou num desgosto geral do Brasil, que só mudou com a mudança de família. Assim, eu sempre concordava com as pessoas entrevistadas pela Embratur que eu mais gosto da beleza natural, do clima e da ecologia daqui, porque mesmo não gostando de onde eu estava, não era possível não gostar de morar cerca de 50m da praia. Se você perguntar a qualquer turista aqui em Salvador por que eles escolheram esta cidade para visitar, acho que muitos vão dizer que é porque ouviram falar da beleza natural da Bahia.
A lista de coisas mais reclamadas pelos turistas no Brasil, numa pesquisa da companhia Embratur, seria interessante comparar com as dos estudantes de intercâmbio que, pouco a pouco, aprendem a manejar na cidade onde estão a fim de não ser mais "visitantes". Acho que, por exemplo, a "segurança pública" seria nomeada pelos estudantes como mais importante na lista de reclamações do que a "sujeira nas ruas" e "táxis" - por quê? De novo, Baird seria um bom exemplo do alvo de ladrão que sempre tem que prestar atenção extra e estar a par dos lugares por onde passa. Mas ele não é o único americano a ser roubado (várias vezes), e os brasileiros si mesmos são assaltados, assim eu mal tenho confiança na polícia militar que assiste a roubos e brigas sem fazer grande coisa. Quanto aos táxis, é raramente que eu pego - ando mais de ônibus, e em Salvador, pelo menos, tem um exército de taxistas que não se cansa. Ao contrário, eu reclamaria mais da falta de ferrovias e vôos do que os táxis; é por isso que o meu namorado nem vem até Salvador, vai direto ao Rio e vou o encontrar lá. Daqui a alguns meses, os meus pais devem chegar ao Brasil também, e temos que planejar como é que vamos de uma cidade a uma outra, tarefa difícil.
Em planejando, justamente, algumas viagens que eu quero fazer durante este ano, eu me dei conta de uma coisa que, eu acho, tem muito a ver com a reclamação principal da pesquisa da Embratur, ou seja, a falta de informações, que é que os Estados Unidos perdiram o contato humano entre a clientela e a empresa turística. Deixe eu esclarecer um pouco o que eu quero dizer: eu não lembro da última vez que eu falei com um agente de viagem antes de pegar um vôo ou reservar um hotel - tudo eu fazia na internet! Nunca tive contato direto com qualquer pessoa durante o processo inteiro, só com o teclado do meu computador. Por força do hábito de fazer tudo sozinha assim, mais ou menos, fiquei perdida quando não pude achar os preços dos hóteis no Rio de Janeiro. Foi só quando o meu pai (de intercâmbio) me disse que ligaria para a sua agência de viagem para consultar com o agente dele acerca dos vôos e dos hóteis que eu entendi. A internet facilitou as viagens mas me tornou dependente dela a ponto de não poder ligar pessoalmente para uma companhia aerea até eu descobrir que o site não aceitava cartões de crédito internacionais - o que me deixa perplexa ainda, porque eu quero saber como é que os não-brasileiros viajam dentro do país sem ter um CPF; eu paguei ao meu pai depois de ele comprar a passagem, mas se eu não tivesse ele? Aliás, eu não entendo o porquê de não permitir - é dinheiro, mesmo, não é? Enfim, aprendi que tenho que começar a esquecer a internet quando quiser viajar, só serve para dar ainda mais vontade de ir a um novo lugar através do Google "Imagens". Contudo, eu ainda prefiro o Wikipedia, cujas informações, sejam turísticas, científicas, ou humanas, me ajudaram muitas vezes a me orientar.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Hi, my name is . . .

“Você trabalha aonde?!” Pois, sim, a Creche Coração da Mamãe aonde eu dou aulas de inglês fica no Nordeste de Amarlina, mas é fora da invasão, numa área bastante tranqüila. A escola fica num prédio de três andares com uma cozinha no térreo e salas de aula nos outros andares. Durante o dia as crianças desde a primeira até a quarta série assistem às aulas, vestidas com seus uniformes de camisa vermelha. Entrar na escola de tarde, quando eu dou aula, é uma experiência completamente distinta da de visitar de manhã. Depois do almoço os alunos trocam de roupa e encontram uma reserva escondida de energia para as aulas vespertinas. Cada quarta-feira o Baird e eu subimos a ladeira imensa para chegar na creche e nos esperam entre seis e dezoito alunos atentos da terça e quarta série. Normalmente ensinamos novo vocabulário e depois o incorporamos numa atividade como uma canção, a leitura de um livro, ou uma atividade de desenhar. É sempre uma luta manter a atenção das crianças na lição por várias razões inclusive certa falta de respeito porque somos jovens e não somos daqui.

Às vezes eles realmente prestam atenção e aprendem o material, normalmente quando fazemos algum tipo de jogo, mas outras vezes eles têm energia demais para permanecer sentados e calados. Pedagogicamente, eu acredito que é melhor para os estudantes se movimentarem enquanto aprendem, mas é muito difícil readquirir o controle depois de deixá-los saírem das cadeiras. Porém é preciso fazer algo de interessante ou também fica difícil manter a ordem. Desse jeito, o comportamento dos estudantes realmente tem tudo a ver com o conteúdo da aula. Por exemplo, na semana passada, fizemos um jogo para revisar todo o vocabulário que já aprenderam e todo mundo gostou e participou. Ontem eu apenas apresentei novo vocabulário e ninguém quis prestar atenção. Assim é um desafio contínuo pensar em estratégias de apresentar a informação pertinente de uma maneira efetiva e interessante para todos.

Eu adoro as crianças da minha sala de aula (pelo menos as que vêm regularmente), mas é imperativo ser duro com elas para manter um ambiente de aprendizagem agradável.



Nossa última conquista.

Trabalho de Voluntario...


Eu sou uma pessoa que realmente adora trabalhar de voluntário, em especial com pessoas de culturas ou vidas diferentes do meu, sejam moradores de rua dos EUA ou crianças do Brasil todas minhas experiências tem sido inesquecíveis. Comecei a trabalhar como voluntário com minha Igreja Presbiteriano nos Estados Unidos. Todos os anos do colégio eu viajava dentro dos Estados Unidos e até às vezes a outros países como Honduras e México para fazer trabalhos de voluntário. Cada vez mais que eu via os grandes sorrisos e satisfação das pessoas dos quais eu ajudava, me enamorava mais com ajudar os outros. Tão grande é essa vontade que agora só penso em trabalhar com ONGs Internacionais no meu futuro, em especial esses que trabalham na América Latina. Quero mudar o mundo, sei que posso mudar o mundo e vou fazer tudo no meu poder para melhorar as vidas dos outros. Tenho muita esperança num futuro próximo onde a pobreza vai reduzir e a educação vai melhorar e expandir. Minha vontade e satisfação de ajudar os outros me deixa sabendo que nasci para ajudar os outros. Tenho feito um numero de coisas diversas que tem de ver com o progresso dos outros, mas não estou aqui para falar do meu passado queria tomar um tempinho para explicar minhas novas experiências dos meus pequenos trabalhos de voluntariado aqui em Salvador, Bahia.

Do que eu lembro só tenho trabalhado em três lugares e por relativamente pouco tempo em cada lugar, mas aprendendo muito de diferentes realidades. Com o programa de CIEE tenho visitado uma Creche chamada Coração da Mãe onde falei da importância de exercício na vida cotidiana. Depois de que Joanna (minha colega) e eu falamos das nossas experiências com exercício ensinamos para as crianças como pode ser divertido e saudável uma actividade física. Por quê Joanna e eu dançamos muito fizemos apresentações das nossas danças. Eu dancei Break e ela convidou uma alunas dela para dançar dança afro. Fomos um sucesso em cada aula, as crianças adoraram, mas tenho umas duvidas como também tenho com meus outros trabalhos aqui na Bahia. Durante minha fala sobre exercício parecia que mais da metade das crianças não escutavam, sempre que eu notava isso eu envolvia eles com perguntas e acções. Ainda que lhes envolvi sinto que não escutaram bem ou não ligaram muito à apresentação, só aos performances. Seja como seja, espero que ao menos inspirei umas crianças para dançar, para procurar uma actividade para treinar e amar que lhes levaria fora dos seus bairros e ruas perigosas.

Outro trabalho que me deixou com duvidas foi quando fui com o CIEE à CAASAH um abrigo no Bonfim para crianças com AIDS. Deixamos as crianças felizes e brincamos com eles, mas fomos embora depois de duas horas. Senti algo pesado no peito e algo de errado que me disse que não sei se isso realmente mudaria algo para o futuro. Quem sabe, mas eu acho que essas crianças precisavam de um tempo alegre onde podiam brincar e esquecer por uns momentos das suas situações. Pode ser também que alguém aprendeu ou ensinou uma lição que poderia ajudar alguém no futuro. O trabalho de voluntariado tem de tudo, e às vezes esqueço que não é só trabalhando e ensinando para o futuro mais também cuidando do presente.

O ultimo trabalho do que eu posso lembrar (tenho uma memoria péssima) é o que faço uma vez por semana na Baixa da Égua, uma comunidade carente de Federação. Dou uma aula de arte junto com minha colega do CIEE, Marcela, na academia de capoeira do mestre Marinheiro do grupo Ginga e Malícia. A academia da Ginga e Malícia é um otimo lugar porque oferecem muitas aulas de graça para adultos e crianças, seja capoeira, Inglês, Espanhol, informática...e mais. Uma vez por semana, durante as manhas das quintas-feiras Marcela e eu trabalhamos com varias actividades de arte com entre 7-9 crianças entre as idades de 6-11. Me preocupa muitas vezes este trabalho porque sinto que não estou fazendo tanto para mudar as situações ou pensamentos das crianças. Sei que estou tirando eles da rua, mas muitas vezes as crianças trazem a rua pra dentro da academia. Constantemente estou tentando educar mais estas crianças sobre maneiras de tratar seus amigos sem violência e como ser pacientes e comportados. É difícil, não vou mentir, tem vezes em que tenho que mandar uma ou duas embora porque não me deixam seguir com a aula. Preocupado com a minha situação, falei com uma colega minha do CIEE que tem trabalhado por muitos anos na mesma situação de desordem quando ensinando crianças do seu bairro nos Estados Unidos. Ela me explicou como organizar mais e separar as crianças para se comportarem melhores. Estou agora tentando de seguir umas dicas dela para ver se melhora a situação. Sei que deixou felizes às crianças e que a arte é uma coisa muito importante para deixar eles se expressarem, mas acho que vou procurar outro tipo de trabalho para o próximo semestre porque não sinto que estou fazendo tanto. Sei lá, acho que continuarei com eles, e com minha paciência e o tempo, pode ser que eu lhes ensino mais maneiras positivas de se expressar para eles viverem uma vida sem violência e ódio...

terça-feira, 2 de outubro de 2007