segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Coisas pra fazer em SSA


Ultimamente tenho sido confrontado com a pergunta de estudantes de intercambio querendo estudar no Brasil, "São Paulo ou Salvador? ... Qual cidade você sugere?"
Pensando nas diferenças das duas cidades e no conhecimento das duas, sempre respondo com SALVADOR mas sempre deixo claro que é só minha opinhão e explico por que. Porque Salvador? Em primeiro lugar a beleza da cidade numa bahia enorme com uma ilha na frente onde sempre se podem ver por-de-sols belíssimos e únicos. A quantidade de praia em relação ao tamanho da cidade deixa todo mundo tranquilo e sem tanto estresse. O fato de que Salvador é uma cidade historicamente importante e contêm um montão de predios e contos e história antiga para ver e aprender. A mistura das culturas Africanas com o resto da Bahia é mais fortemente representado em Salvador e na Bahia que em qualquer outro estado e cidade do Brasil. Então, o que tem Salvador e a Bahia para oferecer? Tem o Pelourinho, o centro histórico de Salvador onde qualquer dia da semana se podem ver shows ao vivo com ótima música. Bandas como Geronimo ou Olodum são incríveis para assistir e divertidos demais. O Pelô também tem um bocado de lojas e barzinhos, arte nas ruas e museus. Também lá e em outras partes da cidade há igrejas históricamente ricas como a Igreja de Rosário dos Pretos e a Igreja de São Francisco. Salvador tem o Farol da Barra, o farol mais antigo da América Latina, com uma vista belíssima e um museu informativo. Existem mais de dez teatros na cidade onde se podem ver peças e shows. Existem muitos outros locais como Umaitá na cidade baixa e a Igreja do Bonfim. São bons lugares para passear, aprender e relaxar e sempre se pode ver a bela vista da Bahia de Todos os Santos e a ilha de Itaparica. Se quiser comprar não há falta nenhuma de shoppings e praças onde pode-se achar qualquer coisa, seja no novo Shopping Salvador onde tem um cinema novo que tem poltronas para namorados ou no cinema da UFBA também se pode ver todo tipo de filme. Existem também muitas academias de capoeira e outras artes marciais ou as danças onde se pode fazer exercício, se não for à praia para nadar. O Porto da Barra é uma praia muito bonita e calma e um bom lugar para conhecer pessoas. Todos os bairros tem coisas únicas para oferecer, Salvador é uma metropole mas é único na sua maneira de ser tão relaxada e cheia de atividades culturais. Realmente Salvador e a Bahia são o paraíso do que se canta nas canções de artistas como Caetano e Gilberto Gil e não só porque é terra deles mas porque é a verdade. Salvador é um paraíso. claro que existe a violência, perigo e outros fatores, mas na realidade o povo e a cidade juntos são o que fazem a maravilhosa cidade de Salvador ser o que é. Bela, linda, cheia de encanto e cultura é um paraíso único do mundo. E isto é o Salvador sem contar do carnaval!

De tudo um pouco

Como não tenho escrito sobre um tema tão "importante" como os outros, eu sou vou contar umas coisas que têm acontecido ultimamente na minha. E, lógico, vou me queixar, que é o que faço melhor que nada.

Hoje para mim tem sido um dia muito estressante. Acabo de receber um e-mail de minha faculdade lá, dizendo que eu devo 500 dólares, mas eu não faço idéia por quê, e eles não disseram. Isto tem me preocupado muito porque eu simplesmente não tenho 500 dólares para lhes dar.

Se eu der, eu vou ficar sem quase nada, coisa que faria muito difícil ficar no Brasil por mais três meses, que obviamente é necessário. Tinha muitas esperanças de viajar, de conhecer mais deste pais, mais se eu tiver que pagar os 500 dólares, já não vou poder fazê-lo.

Fora disso, devo dizer que a minha atitude quanto ao Brasil tem mudado muito totalmente nas últimas duas semanas. Mudar de casa ajudou bastante, e eu finalmente estou começando a me sentir mais cômodo aqui, e estou fazedo mais amizades com brasileiros, coisa que é boa porque aí eu não tenho tanta oportunidade para falar inglês. Vejo que meu português apenas nas últimas duas semanas tem melhorado muito, por causa de tanto falar. É triste que eu tenha esperado tanto antes de mudar de casa, porque quem sabe como eu estaria falando se o tivesse feito faz dois meses? Agora a única coisa que eu posso fazer é me esforçar e tentar recuperar o que eu perdi.

"Você é uma figura."

Já levo quase três meses aqui em Salvador e naturalmente tenho feito muito das coisas mais turísticas como visitar a Igreja do Bomfim e assistir o Balé Folclorico em Pelourinho. Ainda falta um monte de museus para eu visitar o que provavelmente vou fazer quando minha mãe vem para visitar porque por enquanto as minhas atividades “culturais” têm mais a ver com conhecer os jovens daqui e as atividades deles. Muitos estudantes brasileiros gostam de convidar a galera americana para sair com eles por várias motivações inclusive para fazer a gente dizer palavrões, para rir dos nossos sotaques e para assegurar que eles têm um lugar para ficar de graça quando queiram viajar aos Estados Unidos.


Contudo, eu sempre me divirto muito passando tempo com eles e com cada experiência compartilhada com essa galera eu ganho um pouco mais de conhecimento, senão entendimento, da cultura deles. Uma parte dessa cultura que eu já conheço muito bem é a prática de sempre demorar muito. Alguns brasileiros vão reclamar dessa observação, mas posso generalizar corretamente que quando você marca qualquer atividade com brasileiros sempre vai ter que esperar por alguém em algum momento. Não estou de jeito nenhum dizendo que isso seja um aspecto negativo de sair com brasileiros, mas é importante sempre lembrar que o importante não é chegar a fazer a atividade marcada, mas é que todos estejam juntos enquanto tentam chegar à destinação. Muitas vezes é exatamente por ter que sempre fazer tudo juntos que demoram tanto, mas isso também não tem importância. Emfim, indepentemente do que a gente faz ou não faz é sempre um grande prazer e uma experiência esclarecedora andar com os jovens daqui de Salvador.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Ser Gay no Brasil


Como é ser gay no Brasil? Na Bahia? De fato, eu não sei como é ser gay nem no Brasil nem nos EUA, mas o outro dia participei da Sexta Parada Gay da Bahia que foi do Campo Grande até o Pelourinho e voltou, como todo mundo dançando e pulando como se fosse o Carnaval em setembro. Eu fui beijada, pegada pelo braço e pelos cabelos e empurrada por todos os lados, e posso dizer que eu não quero esperar que o Carnaval chegue, quero agora!
Mas falando sério, eu tenho amigos gays aqui que me disseram que todo mundo finge não reparar que são gays, mesmo se eles fizessem até quase beijar um outro homem na boca na frente da pessoa. Mesmo assim, as pessoas lhes perguntaram se eu sou ou uma das minhas amigas é a namorada dele. Agora, o que eu quero saber é o motivo daquele pessoa, se é que deseja tanto que o meu amiga seja heterossexual, ou se é que acha que está oferecendo um meio de ser aceito na sociedade brasileira. E se importa, realmente, que uma pessoa seja gay? Na minha escola de capoeira, tem um capoeirista com quem todos os outros brincam com as piadas de "viado" porque sabem que é, e ele não tem problemas com isso. Ao contrário: durante o nosso Dia do Batizado, teve uma roda de samba e se vestiu de mulher e fez uma cena durante a qual dois outros "lutaram" pela direita para ficar com ele/ela.
Falando com colegas de faculdade, tive a percepção de que a sociedade dos velhos tem a reputação de ser machista homofóbica, mas elas querem ser vistas como a nova geração que ~e moderna e aceita as diferenças e individualidades das pessoas. Acho que eu sentiria como elas se sentiram se uma pessoa me perguntasse se todos os americanos são realmente fanáticos religiosos e racistas, especialmente contra os imigrantes. Certo que tem um elemento de verdade em todos os esteriotipos, se não eles não existiriam, mas acho que muito menos dos jovens e as idéias deles concordam com eles. Acho que, por ser diferente do normal só, os gays de todos os cantos do mundo enfrentam hostilidade e discriminação; os casos de violência dependem de casos particulares.
Uma coisa que eu sempre achei triste, contudo, são as mudanças de relações que ocorrem quando as pessoas dizem às suas famílias e aos seus amigos que são gays. Para os pais, como toda declaração que mude a idéia que tinham de seu filho, é difícil porque têm um plano para o filho desde o dia do nascimento, independente dos desejos desse último. Porém, não muda nada do caráter nem da alma, pois acho que deveriam adaptar-se o mais rápido possível para não perder tempo - a vida é curta, afinal - não falando com o filho. Isso, de fato, está acontecendo entre os pais da minha melhor amiga e a irmã dela que, em janeiro, falou para todo mundo que é gay. Quando a minha amiga me contou, já sabia e disse isso, mas os pais passaram mal e ainda eu não sei exatamente como é que estão as coisas entre eles.
É engraçado, também, porque aquele dia eu vi eu não sei quantos casais se beijando na rua, mas como seria o dia seguinte? Poderiam fazer o mesmo ou deveriam esconder sua homossexualidade na frente do olhar público? Uma parada gay não reflete nada da realidade que eles enfrentam no dia-a-dia, mas sim é uma representação do ideal que pretendem ter um dia, e quem sabe quando se realizará. O que eu sei é que eu quero que todos os meus amigos tenham o direito de ser eles mesmos e que tenham os mesmos direitos, na frente da lei e da sociedade, que eu tenho. Quero que todo mundo, de fato, não só os que são meus amigos, tenham esses direitos. Quero que se sintam confortáveis estar de mãos dadas, se quiserem, com os namorados, e que sejam tratados como qualquer outra pessoa. Gostei muito do que falou o ator do programa "Gray's Anatomy" quando se descobriu que era gay: "espero só que não seja a parte mais interessante de mim." Eu, também.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Traduzindo carinho



Morar num país extrangeiro com uma cultura distinta da minha me apresenta um monte de coisas que eu não entendo e essa falta de entendimento se agrava pelo fato de tudo estar acontecendo em outra língua. Devem existir vários exemplos de situações nas quais eu me expressei mal ou não entendi alguma coisa, mas essas situações sempre se resolvem facilmente. O mais difícil de tratar é a confusão geral que me persegue cada dia, que não surge de uma instância particular, mas é criado do desconhecimento do que os outros esperam de mim. Quer dizer, os mal-entendidos que realmente têm consequéncias sérias não são aqueles onde se trocam as palavras e dos quais se sente vergonha depois, porém são as situações em que existem diferenças culturais que não podem ser traduzidas. Nesse caso, estou falando de mal-entendidos que não vêm apenas da língua. Por exemplo, na minha cultura, quando se abraça e se beija é por causa da amizade íntima. Aqui é apenas uma maneira de se cumprimentar. Eu adoro que os brasileiros se beijam mais do que nos Estados Unidos, mas tenho que lembrar que um abraço brasileiro não significa necesariamente tanto carinho como um abraço americano. Eu já sabia desse fenómeno antes de vir para Salvador, mesmo assim é um aspecto da cultura brasileira que leva tempo para realmente entender.

Malentendidos no Brasil

Até agora não tive muitos problemas lingüísticos resultando em maltentendidos aqui no Brasil. O meu problema principal tem sido o problema de traduzir o meu senso de humor. Em inglês, acho que sou uma pessoa muito engraçada. Isso é em inglês. Ainda não consigo ser muito engraçado em português (pelo menos de propósito,) e às vezes pode chegar a ser até ofesnsivo meu humor, porque às vezes são se traduz do inglês para o português.

Outra coisa que eu acho inevitável são os malentendidos que têm a ver com a conduta pessoal na vida cotidiana. Por exemplo, aqui é normal não ter muita privacidade no quarto, mas eu não gosto disso, e eu acho que nunca vou gostar. Outra coise é que, por exemplo, se eu não como algo que minha mãe brasileira fez, mesmo que já tenha comido muito, ela acha que eu não gosto. Chega a ser um pouco chato ouvir todos os dias "Você não gostou de...?" Vou acabar muito gordo, porque não há outra maneira de convencé-la que eu gostei, só que não quero mais.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

sou eu SOU EU

Meadeville, 6 de Abril de 1986. New Hospital Crawford nasce o segundo filho de Wayne Brewer e Debbie Black. O bebé Owen Black Brewer (Negro Cervejeiro) sofre a endtrada ao mundo com o umbilibal num nó. Alfabetizado por ninguém até os 10 anos, ele gosta mais de basquete e televisão que da escola. Estuda numa universidade para realizar o sonho da mãe, ter o filho que que vai estudar na universidade. Larga da universidade cada oportunidade que dá para fazer inercâmbio em outros países. Perdemos o sonho duma mãe. Ganhamos algo que o planeta não precisa, um neo-hippie a mais. Quem mistura Hippie Hop com tratamento psiquiátrico? Sou eeeuuu SOU EEEUUUU!!!!!!!

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Baird (Beh-de)

Michigan, 2, de outubro de 1986. Nasce um menino loiro com olhos azuis, o segundo filho de Ann e Greg Campbell. Criado pelos pais, dois professores de música, começa a cantar desde criança, e aprende logo a tocar piano e saxofone. Estuda no colégio estadual da sua cidade, e depois vai para uma escola de música no Chile para continuar seus estudos. Voltando de lá, se matricula na Universidade de Michigan e começa a estudar línguas estrangeiras.

domingo, 2 de setembro de 2007

Mal-Entendidos

A maior parte dos mal-entendidos que têm acontecido durante meu intercâmbio aqui no Brasil ocorreram porque não tinha entendido as descrições que os meus amigos fizeram para esclarecer o sentido de uma palavra. Felizmente, não tenho encontrado muitos mal-entendidos embaraçosos ainda, talvez porque eu tenho alguns amigos nos EUA que, já hospedados no Brasil antes, tinham me dado algumas dicas sobre o que não devia dizer. Uma colega, por exemplo, me aconselhou que não dissesse que estou fazendo um programa aqui no Brasil - tenho que dizer que estou fazendo um intercâmbio, ou um programa DE intercâmbio. Uma vez depois de comer muito, não conseguia lembrar-me como dizer que não queria mais e, já tendo dito que estava "gravida" em vez de "sem fome" durante o meu intercâmbio na França, não disse nada até alguém de outro falou que "estava cheio." Aí, falei que eu estava, também.
Na capoeira, o mestre da minha escola é a pessoa que escolhe os apelidos dos capoeiristas e, depois de algumas semanas que serviram como prova que ia continuar e não largar o esporte, me batizou com o apelido "Gaivota". Não entendo o que queria significar, os meus capoeristas companheiros tentaram descrever o tipo de pássaro. Pintaram uma imagem de um pássaro cehio de graça, branquinho como eu, de pernas longas que era mais ou menos lindo. Não consegui traduzir a palavra, mas imaginava um tipo de garça ou algo parecido. Ao entrar em casa, achei a palavra no meu dicionário inglês-portugês e descobri que não é exatamente o que pensava...mas eu gosto.
O maior mal-entendido que eu tive aqui com os brasileiros, e muitas das outras estudantes, também, é o desejo de ser só a amiga de um brasileiro e não a namorada. Entre nós, somos todos amigos e muitas das meninas são afetuosas, mas os meninos entendem que é só uma forma de amizade. Porém, muitas de nós, recentemente chegadas, não entendemos que o único fato de falar mais de dois minutos com a mesma pessoa significava que estamos interessadas nela. Além isso, ainda não tinha conhecido uma cultura na qual "ficar" e "beijar" aconteciam sem qualquer forma de relação no dia seguinte. Estava acostumada a sair com uma pessoa antes de ficar com ela e ainda não tenho muitos amigos brasileiros porque me parece difícil sermos só amigos, enquanto tinha muitos amigos (homens) nos EUA e na faculdade americana. Às vezes, acho que os brasileiros falam como se fossem atores de novelas, mas não me interesso no falar sobre coisas superficiais, não é assim que eu posso conhecer uma pessoa. É verdade que os homens e as mulheres não saem juntos sem ser namorados? Não seria um bom sinal para mim porque gosto muito de assistir ao futebol, por exemplo, e gostaria de assistir a um jogo com alguns amigos mas acho que é impossível a menos que sejam americanos ou da minha família de intercâmbio. Não é que eu não gosta de sair com minhas amigas, claro que eu gosto, mais é outra coisa.