quinta-feira, 11 de outubro de 2007

A Família de Intercâmbio

Como é, de repente, aceitar uma pessoa completamente desconhecida na sua casa por um tempo incerto, aceitando ela como parte da família? E bem, eu faço esta pergunta porque eu adora a família com que eu estou morando aqui no Brasil, mas quero saber como minha chegada foi para eles porque isso é uma coisa que você não pode perguntar, realmente, eu acho. De fato, esta é a minha segunda família, quer dizer, eu mudei de família depois dos primeiros dois meses. Pára aí - devo começar no início, não é? Tá bom, então, pois vou recuar três meses até o dia 27 de junho, 2007, meu primeiro dia no Brasil.
Cheguei atrasada no hotel em Salvador, um dia e meio mais tarde do que pretendia por causa de tempestades em Atlanta (no estado de Georgia, EUA) que atrasaram milhares de pessoas. Achei, realmente, em um momento que ia voltar a Nova Iorque, só que não queria gostar mais de um mil de dólares só para ir a Atlanta e voltar. Enfim, cheguei, finalmente, e a manhã seguinte conheci a minha "família" pela primeira vez. É uma família muito rica - basta dizer que tem três carros e vai comprar um quarto quando o filho tiver 18 anos logo, logo. Sempre me sentia desconfortável com algumas coisas que eles diziam, com relação à pobreza e ao racismo no Brasil, mas tentei ignorar para integrar-me na família. Infelizmente, essa família não foi a família para mim, e o momento em que me dei conta disso, soube que tevia de mudar para finalmente gostar de estar no Brasil. Não quero entrar nas detalhes, só vou dizer que eu não pude me adaptar às suas vidas - não gosto de assistir à tevê o tempo todo, não falando com ninguém, não agüento que uma empregada doméstica seja tratada como um escravo, não acho que os ricos nem os brancos são melhores do que os outros, enfim, continuemos.
Minha família agora foi um presente de Deuz, com uma funcionário de CIEE como o anjo que nos presentou. Conheci eles uma segunda-feira de noite e a manhã seguinte eu desfiz minhas malas no meu novo quarto.
É engraçado como eu entrei na família, mas eu a adoro, então tento fazer tudo para eles gostaram muito de mim. tenho um irmão de 13 anos que é "o homem" do prédio, futuro como jogador de futebol famoso, adolescente típico que gosta de filmes de terror e ação e só fala o mínimo necessário - assistimos aos "Simpsons" juntos. Meu irmão de 17 anos é o mais calado da família mas é um coração que vai comigo fazer tudo - capoeira, cinema, shows de jazz, a casa de uma amiga para assistir à novela das oito, enfim, é o meu novo amigo. O pai é recém-separado da mãe dos meninos e, como todo mundo é homem, ninguém fala disso, então eu só tento ser uma força positiva nas vidas deles. A avó, que está morando com a gente atualmente, é a única pessoa que fala sobre isso comigo, e está muito feliz que eu esteja ali porque se preocupava - normal - pelos meninos que passavam muito tempo na frente da tevê e do computador. Então, eu só comecei a pensar muito mais em como foi para eles, há duas semanas quando cheguei como se do lugar nenhum, quando brincava com a minha nova "prima" de quatro anos para quem foi muuuito difícil - uma tarde inteira - de aceitar que a avó dela teria uma outra neta. Mas ela tem razão - deve ser difícil, mesmo se for para o melhor, mudar seu ritmo de vida e sua casa para acrescentar uma nova pessoa. Sei que a minha mãe e o meu pai adoraram "adotar" uma "filha" francesa por um ano, então deve ser assim, pessoas que gostam de ser os anfitriões de uma pessoa estrangeira que, eles esperam, seja aberta a novas experiências e a uma nova cultura. Quer dizer, deve ser isso uma boa família de intercâmbio, como a minha, porque claro que tem muitas outras que só se inscreveram pelo dinheiro pago, elo programa que todo mundo já sabe. Será que eles viriam me visitar nos EUA? Gostaria muito!

2 comentários:

Padre Alfredo disse...

Lindo! Adorei.
Festa du caralho!
Hoje (15.10) é o aniversário do chargista Marcelo Mendonça, do
www.caralhaquatro.blogspot.com
Poste qualquer coisas lá!
Alfredo

Leane Almeida disse...

Gostei muito da história, estava comentando hoje com meus pais sobre isso, deve ser muito interessante receber alguem de fora, de outra cultura, com costumes completamente diferentes do seu e inclui-lo em sua família como mais um integrante dela, pensando seriamente em inscrever minha família em programas de intercambio! Vc sabe como se faz isso ou funciona?