quarta-feira, 14 de novembro de 2007

A favela é um problema social.



Principalmente porque meu querido professor me pediu, mas também para aprender mais sobre a desigualdade socio-econômico no Rio de Janeiro e os processos ideológicos que preservam o dinâmico entre os favelados e o resto da população do Rio, li o artigo “Aldeias do mal,” escrito por Romulo Costa Mattos, doutorado em história. Mostra a trajetória histórica dos estigmas e atitudes sobre as favelas do Rio de janeiro, desde seu surgimento no início do século XX até agora com idéias pouco renovadas e explica a percepção popular das favelas como problemas de higiene e segurança e sugere que uma interpretação mais adequada seria o reconhecimento dos processos capitalistas que criam condições de desigualdade social e econômica. Nessas circunstâncias os marginalizados do Rio de Janeiro fazem suas vidas nos morros da cidades e são eles que sofrem mais com a violência nessas áreas.

A equivalência entre pobreza e periculosidade é uma crença tão comum como errada. De acordo com o autor, uma observação pertinente é que são os indivíduos de menor renda anual que são as vítimas mais freqüentes de crimes violentos. Um estudo sobre o uso de armas de fogo feito por Tulio Kahn afirma que "as maiores vítimas das armas de fogo, são os homens, jovens, e pobres, moradores da perfiferia." Esse tipo de violência vem de uma falta de recursos para oferecer oportunidades para que todos tenham uma vida digna sem envolver-se no mundo do crime. Porém, a solução desse problema da violência não é acabar com as favelas, pois elas não são as causas do problema, mas são produtos de um problema maior fundamental da sociedade. Dizer que as favelas prejudicam a segurança pública é uma mera inversão do problema real.

A propensão de estigmatizar os pobres é presente no mundo todo e permite que a a grande população vivendo em pobreza e miséria permaneça marinalizada. É importante desconstruir esse discurso e reconhecer o verdadeiro raiz da pobreza para poder diminui-la.

3 comentários:

Padre Alfredo disse...

é verdade cara. Aprendiz a falar de empobrecidos, em lugar de pobre, para sublinahar que alguém provoca este empobrecimento.
parabéns pela reflexão profunda

jorginho da hora disse...

O mais engraçado é que quando se fala de miséria o brasileiro tem mania de citar a Africa. Esquece que aqui é o melhor exemplo que se pode ter sobre esse assunto.

Anônimo disse...

E..africano e bicho preguica merrrmo. Se fosse qualquer outro brasileiro de outra descendencia (japones, holandes, alemao, portugues, indio, italiano..tudo menos africa), as favelas seriam casinhas pobres, mas organizadas, bonitinhas, limpas. Todos teriam uma hortinha. Sim, porque esse povo todo sabe e sempre soube o que e vida dura e o que foi. Atraves de geracoes foram desbravadores. Preto? acostumado a escravizar o seu proprio povo, vive na sujeira, favela imunda..nem liga. Na Africa, Hoje, em pleno seculo 21, 1/3 um terco! das comunidades inteiras, cidades africanas baseiam suas vidas economicas na escravidao! depois vem com acusacao imbecil de racismo. Da um tempo!